quarta-feira, 1 de fevereiro de 2017

Este blog também tem algo a dizer sobre o estado atual do mundo

O nosso mundo, no sentido mais alargado ou mais restrito, é feito de pessoas:

altas, baixas, médias, gordas, magras, assim assim
pretas, brancas, castanhas, vermelhas dos escaldões, roxas com o frio, verdes com os nervos
bebés ainda na barriga das mães e outras com mais de 100 anos
que não tem TV e outras viciadas em TV
intelectuais e outras desportistas
com partes do corpo tatuadas (pouco ou muito tatuadas!) e outras com pavor de agulhas
benfiquistas, sportinguistas, portistas ou muitos outros clubes e outras que não ligam absolutamente nada a futebol
que só lêem revistas cor-de-rosa e outras que leram as 3 mil páginas do "Em busca do tempo perdido", do Proust. Duas vezes.
surdas (com implante e outras contra implantes), cegas, com autismo, com trissomia 21, cadeirantes, com próteses, com paralisia cerebral, com doenças raras, algumas tão raras que ainda nem sabem o nome
das letras, das ciências, da matemática, da arquitetura, das engenharias, das artes
viciadas no facebook e outras que nem sequer têm facebook (nem twitter, nem instagram...)
com Iphones e outras com telemóveis de teclas (sem net nem máquina fotográfica)
hospedeiras de bordo e outras que têm pavor de andar de avião
que optam pelo ensino/saúde públicos e outras pelo ensino/saúde privados
que têm cuidados estéticos/cabeleireira/depilação em dia e outras que o fazem (quando fazem) esporadicamente
com a 4.ª classe e outras com pós-doutoramento
bailarinas contemporâneas e outras que dançam em ranchos folclóricos
de diferentes religiões, ateias, agnósticas e outras que ainda não se conseguem definir
solteiras, casadas (religioso e outras só pelo civil), divorciadas, viúvas, juntas, união de facto
que vivem sozinhas, com filhos, com parceiros, com pais, com avós (e não estamos a falar só de nós!), com irmãos, com amigos
hetero e  homossexuais
que vão à rua em pijama e outras que até ficando em casa o tiram
madrugadoras e outras noctívagas
hipocondríacas e outras que só vão ao médico em último caso
empreendedoras e outras acomodadas
que fizeram inseminação por questões de saúde e outras que o fizeram por opção
que fazem trails, a nível nacional e internacional, e outras para quem levantar da cama já conta como um abdominal
pessoas que gastam o tempo a fazer prendas e outras que gastam o tempo à procura de prendas para comprar
de muitas nacionalidades diferentes
que vêem a Casa dos Segredos e outras vêem o canal Mezzo
que adotaram e outras em processo de adoção
que gostam de comida gourmet, comida tradicional, comida de rua, vegetarianos/vegan, omnívoros
que odeiam cobras e outras que têm 3 cobras em casa
ex-presidiárias e outras que nunca apanharam uma multa de trânsito
que gostam de viver na serra, junto ao mar, na aldeia, na cidade, isoladas, nos centros urbanos
zen, elétricas, tímidas, extrovertidas
que vivem em Portugal continental, nas ilhas ou um pouco por todo o mundo
de esquerda, direita, centro - politicamente falando
empregados e empregadores
que partilham as correntes do amor/saúde/dinheiro e outras que as apagam de imediato
que estão sempre a pensar no próximo destino e outras que não ambicionam sair de Portugal
free-lancers, estagiárias, contratadas, estudantes, reformadas, desempregadas, efetivas

(em atualização...)

No nosso mundo há espaço para muita coisa, só não há para a intolerância, preconceito, discriminação, racismo, xenofobia...

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